Por Dani Zairo
Ele já teve outros nomes, já esteve na guerra, é cheio de
personalidade, e mesmo sendo sempre o mesmo, ele nunca para de mudar. Desenhado
por Ferdinand Porsche, nosso conhecido e querido fusca é um carro cheio de
histórias desde seu surgimento.
Chamado de KDF ele foi o primeiro modelo
fabricado pela companhia alemã Volkswagen, e em 1972 foi o carro mais vendido
no mundo, ultrapassando o recorde do Ford modelo T.
Conheça um pouco da história
No início da década de 1930 a situação econômica da Alemanha
era preocupante e as fábricas de automóveis estavam preocupadas em desenvolver
modelos mais baratos. Entre os fabricantes alemães a ideia era de lançar
um "volkswagen", que, traduzindo do alemão, é "carro do povo"
ou "carro popular", mas a arrancada decisiva foi do próprio governo
alemão.
Hitler havia tomado o poder na Alemanha e estava
comprometido com a modernização do país e a recuperação da economia,
principalmente do emprego. Entusiasta por carros desde a juventude, Hitler era
familiar com a ideia do carro do povo desde os tempos da prisão, onde leu sobre
Henry Ford. Para ele a ideia de um “carro do povo” feito por trabalhadores
alemães, era a exata realização de sua plataforma política.
Ferdinand Porsche era um famoso engenheiro reconhecido pelo
seu trabalho na fabricante Daimler, e foi confiado a ele o desenvolvimento de
um modelo único que seria produzido por várias fábricas.
As exigências de Hitler a serem cumpridas por Porsche eram:
O carro deveria carregar dois adultos e três crianças (uma
família alemã da época, acredite Hitler “não queria separar as crianças de seus
pais”).
Deveria alcançar e manter a velocidade média de 100
km/h.
O preço deveria ser menor do que mil marcos imperiais (o
preço de uma boa motocicleta na época).
O motor que executasse estas tarefas deveria ser refrigerado
a ar.
O consumo de combustível, mesmo com as exigências acima, não
deveria passar de 13km/litro (devido à pouca disponibilidade de combustível).
E no caso de utilizá-lo em batalha, o carro deveria ser
capaz de carregar três soldados e uma
metralhadora.
Com alguns ajustes aos pedidos do ditador, o engenheiro
Ferdinand Porsche, , desenvolveu o projeto na sua própria garagem, em
Stuttgard, Alemanha. Como na época não houve muito interesse por parte das
empresas alemãs em fabricar um mesmo modelo, então o próprio governo decidiu
produzir o carro, em 1937. Criou então uma empresa chamada KDF (Kraft durch Freude,
ou Força pela Alegria), que era também o nome de um sindicato oficial
trabalhista. O carro foi batizado de KDF-Wagen. Mas acabou virando Volkswagen.
Em 1939, devido ao início da segunda guerra mundial, o
Volkswagen acabou definitivamente virando veículo militar. O motor de 995cc e
19cv passou a ser de 1.131 cc. e 26 cv e mais de 70 mil unidades militares
foram produzidas.
Com o término da segunda guerra mundial, a fábrica que
estava sendo construída em Hanover, estava quase que inteiramente destruída.
Seus projetistas, ninguém sabia por onde andavam, e de
suas versões militares ninguém mais precisava, por pouco não foi o fim do
Volkswagen.
Até que um major inglês redescobrir o Volkswagen. Ivan Hirst, se chamava o cara. Ele resolveu "adotar" o velho Volkswagen, entre os escombros da antiga fábrica, e a versão original do VW passou a ser reaproveitada.
Retomada sua fabricação, o Volkswagen passou a ser
utilizado em serviços de primeira necessidade, escassos naquela época, como
correio, atendimento médico, etc.
Porém em 1.946, apenas um ano depois, já existiam 10 mil volkswagens sedans em circulação. Em 1.948 existiam 25 mil, sendo 4.400 para exportação. Em 1.949 o Fusca já tinha seu próprio mercado nos EUA. |
Basicamente o fusca até então era um projeto que havia dado certo, até meados de 1.956, quase nada havia mecanicamente mudado de seu projeto original.
Independente de seu projeto mecânico, a aparência do Fusca haveria mudado bastante.
Dados de Fusca Clube
Em 1.951, havia duas janelas repartidas na parte traseira, embora continuar sem os "quebra-ventos". Mas em 1.953, o fusca surgia com "quebra-ventos" nas janelas laterais, e a partir da segunda série deste ano a janela traseira se resumia a uma única, em formato oval. Neste mesmo ano o fusca começou a ser montado no Brasil.
Em 1.959 o Fusca começou a ser fabricado no Brasil.
Em 1.961 no segundo semestre, o sistema de sinaleiros (pisca-pisca) deixa de ser uma barra na coluna lateral central (também chamada de bananinha) para as lanternas traseiras, juntamente com as luzes de freio.
E assim as mudanças foram surgindo. O câmbio deixa de "seco" para ter
as quatro marchas sincronizadas, o mesmo que existe até hoje. Em 1.967 o
Fusca passa por uma importante mudança: ele ganha motor 1.300 cc ao
invés do 1.200 cc que o equipava até então.
Os aros das rodas também receberam furos para melhor ventilação do sistema de freios. Já em 1968 foi provado que o sistema de 6 volts que o equipava não se mostrava eficiente, aí o Fusca ganhara um novo sistema elétrico 12 volts. E a caixa de direção passa a ser lubrificada com graxa.
Em 1.970 o Fusca sofreu uma grande transformação. Continuando com a versão 1.300 cc, surgiram a versão 1.500 cc (2º. semestre) essa com 52 cv (SAE) de potência.
Carinhosamente apelidado de "Fuscão". Para essa versão, o fusca também recebeu uma barra compensadora no eixo traseiro, para finalidade de maior estabilidade. Esteticamente o capô do motor ganhou aberturas para maior ventilação, novas lanternas, cintos de segurança. Como opcional o fusca tinha freios a disco na dianteira.
Mais mudanças vieram em 1.973. O novo sistema de carburação com carburadores recalibrados para menor consumo, e novo distribuidor vácuo-centrífugo deram mais ênfase ao carro que sem dúvida era um sucesso total.
Nunca vendeu tanto fusca no Brasil como no ano de 1.974.
O fusca teve uma produção de 239.393 unidades somente em 1974. Comparado a produção de 1969 que era de 126.319, foi um impressionante salto nas vendas. Tudo provava o absoluto sucesso do Fusca. E também nessa época que surgiu o Fusca com motorização 1.600-S que rendia 65 cv(SAE)com dupla carburação.
As mudanças mecânicas para esse ano eram o eixo dianteiro com bitola mais larga e a mudança estética foi o maior pára-brisa para as versões 1.300e 1.500.
Em 1.975, a linha VW foi ampliada com a chegada do novo motor 1.300, versão 1.300-L e o modelo 1.600 passou a ter a alavanca de câmbio mais curta e filtro de ar do carburador de papel. Outras alterações também vieram, como painel e outras (estéticas).
Em 1.978 o bocal do tanque de combustível passou a ser do lado externo do carro, e não dentro do porta-malas como mostrava-se até então.
Em 1.979 (2º. semestre) as lanternas traseiras ganharam nova forma, e pelo seu grande tamanho, esta versão do fusca, a partir desse ano foi apelidado de "Fuscão Fafá". Após quatro anos sem mudanças, em 1983 o "Super-Fuscão" desaparece. Adotaram o nome oficial de "FUSCA". Com algumas poucas inovações como caixa de câmbio "Life-Time"(dispensa troca periódica de lubrificante), ignição eletrônica nos modelos a álcool, bomba de combustível com proteção anti-corrosiva, válvulas termopneumáticas nas entradas dos filtros de ar (com a função de controlar a temperatura do ar aspirado para finalidade de melhorar a queima da mistura).
Mais>>> Fusca Clube
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